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Alice Glass traz contornos dark na pop eletrônica Fair Game

A cantora e compositora canadense Alice Glass está em ascensão no pop mundial. Após sua saída da banda indie Crystal Castles, em 2014, ela se voltou a músicas com pegada eletrônica e melodias fortes, repleta de camadas sonoras e até mesmo com o famoso artifício de sua ex-banda, o 8-bit.

Mas apostando muito mais na sonoridade e imagem dark doll, que combina com seu físico franzino, aparentemente frágil, mas como uma personalidade robusta e um tanto enigmática. Rumo ao lançamento do disco de estreia Prey // IV, Alice solta no streaming neste dia 8 de dezembro mais um single via Eating Glass Records: Fair Game.

Ouça aqui: https://ffm.to/fairgame.

A música também ganha um videoclipe conceitual, com direção de Bryan M. Ferguson (conhecido por produções para artistas como Ladytron, Arab Strap, Boy Harsher e Sega Bodega): https://www.youtube.com/watch?v=rdfs-UInz-A.

No clipe, Alice aparece em forma de holograma enquanto canta para si mesma em uma reflexão sobre o abuso que ela experimentou anos atrás.

Fair Game é a expressão definitiva da indietrônica da nova década. É uma canção repleta de atmosferas, beats e ruídos, mas uma sonoridade sempre amparada pela versátil e ousada voz de Alice.

Nesta faixa, Alice mostra como seus vocais transitam com naturalidade entre o doce e o sombrio, entre agudos e rasgados.

Com mais um single na trilha do lançamento do seu primeiro disco completo, ela cada vez mais mostra sua versatilidade no universo pop com toques – às vezes poucos sutís – de sua personalidade.

Na sua jornada pela indústria da música, Alice busca reconhecimento como artista e também como indivíduo. “Nem sempre sou do jeito que sou no palco. É uma forma de expressar minha raiva, mas não é algo que sou o tempo todo”, afirma a canadense, de Toronto.

Alice é ainda uma feminista declarada. Ela revela que esta postura começou desde os tempos de adolescente, junto a amigas da escola ouvindo música punk e frequentando shows de suas bandas favoritas.

Foi nestes locais das apresentações que passaram por situações desconfortáveis de assédio – o mote para a letra de Fair Game. “Isso nos deixou muito chateadas porque tínhamos todo o direito de estar nesses shows sem ser assediadas”, disse ela em uma entrevista à Vice.

Denúcia de abusos

Esta é uma faixa forte que fala sobre uma experiência pessoal, que Alice classifica como um grito de alívio ao trazê-la à tona. A cantora comenta sobre Fair Game:

“Fair Game é cantada na perspectiva do agressor. É uma música composta por frases reais que eles (os agressores) costumavam repetir para me iludir, para me manter confusa e enfraquecida intencionalmente. Olhando para trás, para essas palavras, elas agora parecem frágeis e obviamente escondendo os sentimentos de outra pessoa, alguém cujo único poder é ferir os outros. Espero ser capaz de ajudar qualquer pessoa que ouve minha música a reconhecer as bandeiras vermelhas de relacionamentos tóxicos antes de se transformar em algo pior, algo que se agarra tão profundamente que pode transformar você. Fair Game foi catártico para mim, mas também foi muito difícil. Eu escrevi anos atrás, e não a conseguia ouvir até recentemente. Agora eu danço e sorrio”.

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