Entrevista

Entrevista JUDGE

Formado no fim da década de 80, o grupo americano Judge pode ser considerado um verdadeiro patrimônio da cena straight edge. Banda que faz parte da mundialmente aclamada e icônica cena hardcore de Nova Iorque (EUA), o grupo fundado por John Porcell vem ao país celebrar três décadas de história dentro da Storming Through Latin America Tour, onde repassará ao vivo clássicos que marcaram sua carreira.

Criado em 1987 por dois integrantes da também referência de hardcore Youth of Today (o guitarrista John Porcell e o baterista Sam Siegler), o Judge encarou um hiato até seu retorno em 2013, preservando seu legado até os dias atuais. Dessa forma, o Judge se mantém relevante devido à capacidade de arrastar fanáticos e simpatizantes do estilo às apresentações ao vivo, sempre exaltadas pela energia e pode de convencimentos das mensagens das músicas.

Outrora uma banda straight-edge, atualmente apenas John Porcell e Mike Ferraro AKA Mike Judge ainda são adeptos ao movimento, enquanto os outros integrantes optaram por seguir desvinculados de uma ideologia e até mesmo experimentar outros tipos de música. Desde o retorno, no entanto, o Judge se mantém ativo com postura madura, ainda como banda referência do hardcore para a nova geração, como Terror, Bane, Down to Nothing, entre outras.

Pronto para aportar no Brasil, o Passagem de Som conversou com John Porcell sobre a turnê da banda, os ideais e a função social que o Judge carrega até hoje e sua influência na vida de seu público.

A vinda ao Brasil
John “Porcell”: Somos muito gratos por termos público no Brasil. Nossa expectativas por essa turnê são as mesmas de sempre, a de cantarmos nossas canções e fazer com que o público canalize o melhor delas para si. Nós nos consideramos verdadeiramente afortunados por ir a lugares como o Brasil e conhecer pessoas tão incríveis!

A importância das letras do Judge em um mundo de intolerância
John “Porcell”: Nossa mensagem sempre foi a mesma. Ninguém é melhor que ninguém. As pessoas precisam ser julgadas por suas ações e não pela cor de sua pele ou o lugar onde nasceram. Pessoalmente acredito que uma música sem mensagem é como desperdiçar o tempo. Palavras sempre significaram muito para mim.

Novos trabalhos
John “Porcell”: Queremos muito produzir novos trabalhos, podem ter certeza disso, mas precisamos ter tempo para isso e vivemos em diferentes pontos do planeta com diferentes horários de trabalho, por isso leva tempo, mas vamos chegar lá.

A decisão de ser Straight Edge
John “Porcell”: No meu caso eu era muito jovem quando decidi que queria ser livre de drogas e álcool. Minha família era o exemplo perfeito de como eu não queria viver. Nessa época surgiu também o termo “straight edge”, então eu tinha um nome para esse estilo de vida que queria levar. Obviamente hoje é difícil esse tipo de cultura se tornar algo grande, mas existe em Nova York um movimento muito importante nesse sentido.

A produção do documentário “There will be quiet”, sobre o Judge
John “Porcell”: A realização desse documentário foi ótimo, embora cansativo, mas foi muito bom saber que as pessoas conheciam a partir dali algumas das ideias por trás das músicas do Judge. Por outro lado era difícil sentar-se em uma sala com pessoas enquanto você sentia que está sendo dissecado. Apesar de tudo, foi uma experiência positiva.

Futuro
John “Porcell”: Esperamos lançar material novo em breve e ter a chance de divulgar isso em cada um desses países maravilhosos por onde estamos passando.

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Anderson Oliveira

Editor da Revista Som (www.revistasom.com.br) e do Passagem de Som, é formado em Publicidade e Propaganda com pós-graduação em Direção de Arte. Atualmente se aventura pela computação gráfica enquanto luta para completar sua coleção de Frank Zappa.